SP | Colóquio Cosmopolitismo, Ecologia e as Políticas do Sensível

data: 28.03.2019 hora: 14h autor: Christian Dunker, Camila Moreno, Luiz Marques e Vladmir Safatle local: Av. Prof. Lineu Prestes, 159. Butantã, USP. São Paulo, SP

Christian Dunker, Camila Moreno, Luiz Marques e Vladmir Safatle participam do Colóquio Cosmopolitismo, Ecologia e as Políticas do Sensível

Quinta-feira, 28 de março, das 14h às 18h

Auditório da Casa de Cultura Japonesa. Av. Prof. Lineu Prestes, 159. Butantã, USP. São Paulo, SP.

 

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O Colóquio Cosmopolitismo, Ecologia e as Políticas do Sensível, organizado pelo projeto Cosmopolitanism. Justice, Democracy and Citizenship without borders (CFUL/FCT Portugal) em parceria com o grupo de pesquisa sobre Ética e Direitos dos Animais (Diversitas/USP), parte do pressuposto de que no atual e futuro estado global, as questões e exigências ecológicas representam o âmago de todas as possíveis projeções para uma vida multiforme e abundante na Terra. Nesse sentido, é fundamental que possamos pensar o Cosmopolitismo não restrito apenas à espécie humana, mas também a todos os seres vivos que fazem parte da ordem intrínseca da esfera planetária. A Ecologia, por sua vez, não se resolve na sustentabilidade de uma política vigente, direcionada apenas a dar continuidade aos interesses progressivos do sistema econômico capitalista, baseado na exploração contínua e exponencial do natural. Tampouco é uma mera ciência que se resume na assessoria da economia e da política antropocêntrica, com toda a sua armação tecnológica e científica, para fins de sobrevivência no panorama catastrófico dos ecossistemas. Em vez disso, a Ecologia seria necessariamente a realização e expressão das Políticas do Sensível, sendo o sensível aqui compreendido como tudo que não é apropriável, que não é objetivável nem dissecável, mas que representa, sobretudo para si mesmo, em sua integridade inapropriável, a vida.
As Políticas do Sensível abrangem o corpo-vivo, a língua e a paisagem (conceitos do inapropriável no pensamento de Giorgio Agamben) e num sentido mais amplo, a possibilidade e a necessidade de afetividade, ressonância (como trabalha, por exemplo, Hartmut Rosa), disposição (como na Filosofia da Paisagem de Georg Simmel) e responsabilidade po-ética num tempo anestético e apático diante das degradações do viver e das formas de vida na Terra. A proposta de criar uma Política do Sensível estaria desse modo, em consonância com a sustentação da sensibilidade e afetividade diante das mais diversas línguas, isto é, expressões específicas e inapropriáveis das múltiplas formas de vida, para possibilitar uma autêntica cosmo-política não-antropocêntrica, capaz de furar também políticas embrutecidas e violentas presentes entre os seres humanos. Escutar e responder as diferentes línguas parece ser uma das virtudes essenciais do Cosmopolitismo e, para tanto, será preciso incluir na grande conversa planetária, aquelas línguas que não tem voz na lógica predominante das políticas vigentes.
Diante da problemática exposta, como pensar um Cosmopolitismo não-antropocêntrico para além do sistema econômico do capitalismo? Quais serão suas possíveis expressões das Políticas do Sensível? Como incluir os excluídos e reconhecê-los como agentes nas Políticas do Sensível? Perante o atual cenário nacional e internacional, urge discutir o tema aqui proposto em vista da realidade política e social no Brasil.