A máquina automotiva em suas partes

um estudo das estratégias do capital na indústria de autopeças

Geraldo Augusto Pinto

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A máquina automotiva em suas partes
  • autor: Geraldo Augusto Pinto
  • orelha: Marcio Pochmann
  • quarta capa: Ricardo Antunes
  • apoio: Fapesp
edição:
1
coleção:
Mundo do Trabalho
selo:
Boitempo
páginas:
192
formato:
23cm x 16cm x 2cm
peso:
350 Gramas
ano de publicação:
2011
encadernação:
Brochura
ISBN:
9788575591680

A emergente gestão do uso e da remuneração da força de trabalho em plena reestruturação capitalista, um tema crucial na incômoda questão do trabalho, é o ponto de partida para o professor Geraldo Augusto Pinto identificar em seu novo livro, A máquina automotiva em suas partes: um estudo das estratégias do capital na indústria de autopeças, o que representam os avanços da gestão flexível do trabalho numa economia periférica e dependente como a brasileira.Defendido como tese de doutorado no IFCH/Unicamp, com bolsa da Fapesp, o livro apresenta um estudo detalhado sobre os resultados do processo de reestruturação produtiva, inspirado por elementos do toyotismo, modelo de flexibilização do emprego assalariado, adotado por indústrias transnacionais, em consequência da conjuntura de crise do taylorismo e fordismo pós-década de 1970. A partir de uma pesquisa recente numa transnacional de autopeças e bens de capital em Campinas (SP), o autor constata que a indústria brasileira articula uma série de contradições na prática da gestão flexível que frequentemente resulta em adoecimento dos trabalhadores e trabalhadoras. Um dos principais fatores responsáveis por isso, segundo ele, é a adaptação conveniente desse modelo global de produção ao regime de trabalho de países da periferia do capitalismo, já amplamente flexível, que estimula a demissão sem justa causa e constrange a democracia laboral.'Esse livro é um novo marco para a compreensão das múltiplas partes que movem a máquina automotiva e um dos mais qualificados e densos estudos sobre a industrialização recente no Brasil, resultado de uma rigorosa pesquisa empírica, dotada de sólido desenho analítico', afirma Ricardo Antunes, orientador do estudo e coordenador da coleção Mundo do Trabalho, da Boitempo.Outro objetivo da pesquisa foi esclarecer a atuação do Estado brasileiro ao oferecer amparo aos interesses das corporações oligopólicas transnacionais da indústria automotiva, em detrimento da classe trabalhadora e mesmo de frações da burguesia nacional, como o empresariado do setor de autopeças. Análise que, como frisa o autor, 'só foi possível por mediações entre a literatura e informações prestadas pela empresa que pesquisamos acerca do seu relacionamento com firmas clientes, fornecedores e, principalmente, com sua matriz, nos Estados Unidos'.De um lado, a reestruturação produtiva com intenção de elevar os graus de sustentabilidade saudável das empresas; de outro, o processo simultâneo do adoecimento no trabalho. 'Tal paradoxo foi estimulado pelo contexto brasileiro de hegemonia das políticas neoliberais. Além do patrocínio das medidas desregulamentadoras e do enfraquecimento do Estado pelos governos antilabor dos anos 1990 e início da década de 2000, os trabalhadores foram submetidos a uma grande noite de repressão e alienação proveniente das opções de política econômica e social favoráveis ao desemprego e à precarização dos postos de trabalho', afirma Marcio Pochmann, economista e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).Com a problemática elucidada, cabe a todas as esferas buscar formas de trabalho mais justas, aponta Pochmann: 'A contribuição do professor Geraldo Augusto Pinto é crucial para todos que desejam, além de conhecer a realidade do trabalho no Brasil, modificá-la: não somente interessados, estudiosos e militantes do tema, como também gestores de políticas públicas.'