Odeio os indiferentes

Escritos de 1917

Antonio Gramsci

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Odeio os indiferentes
  • autor: Antonio Gramsci
  • tradução e apresentação de: Daniela Mussi
    Álvaro Bianchi
  • capista: Maikon Nery
  • orelha: Guido Liguori
edição:
1
coleção:
Escritos Gramscianos
selo:
Boitempo
páginas:
120
formato:
16cm x 21cm x 2cm
peso:
200 Gramas
ano de publicação:
2020
encadernação:
Brochura
ISBN:
9788575597675

Odeio os indiferentes é uma coletânea de artigos escritos ao longo de 1917 pelo então jovem jornalista italiano Antonio Gramsci (1891-1937). Os textos escolhidos foram publicados nos jornais socialistas Il Grido del Popolo [O grito do povo] e Avanti! [Avante!] e no folhetim La Città Futura, da Federação Juvenil Socialista, que, escrito inteiramente por Gramsci, contém o artigo que dá título à obra. Grande parte dos textos selecionados é inédita em português. Seguindo a linha cronológica do conturbado ano de 1917, a coletânea apresenta as divergências sobre socialismo e revolução entre Gramsci e o Partido Socialista Italiano, o PSI, do qual o filósofo era membro; perpassa os acontecimentos da Revolução Russa; traz análises sobre os bolcheviques e seu líder, Vladimir I. Lênin; expõe críticas e diagnósticos sobre a Primeira Guerra Mundial; e oferece previsões sobre os rumos do socialismo italiano. Além dos artigos, o volume traz todo um aparato crítico elaborado pelos tradutores: texto de apresentação, notas de rodapé e cronologia da vida e da obra do pensador marxista.

Trecho do livro

“Odeio os indiferentes também porque me irrita o seu choramingar de eternos inocentes. Pergunto a qualquer um desses como cumpriu a tarefa que a vida propôs e propõe cotidianamente, daquilo que realizou e especialmente daquilo que não realizou. Sinto que posso ser inexorável, que não preciso desperdiçar minha piedade ou compartilhar minhas lágrimas. Sou resistente, vivo, sinto na virilidade da minha consciência pulsar a atividade da cidade futura que estou ajudando a construir. Nela a cadeia social não pesa sobre poucos, cada acontecimento não é devido ao acaso, à fatalidade, mas é obra inteligente dos cidadãos. Não há ninguém na janela contemplando enquanto os poucos se sacrificam, se esvaem em sacrifício; aquele que permanece de plantão na janela para aproveitar do pouco que a atividade dos poucos alcança ou para desafogar a própria desilusão vituperando o sacrificado desfalece sem conseguir o que pretende. Vivo, tomo partido. Por isso odeio quem não o faz, odeio os indiferentes.”